Este artigo é o meu humilde contributo para a divulgação da vasta história do brinquedo. Vou aqui escrevendo sobre este assunto, que considero quase inesgotável, pelo que recomendo que “passe” por aqui com regularidade – e não hesite em me contactar, todas as correcções e contribuições são bem-vindas!
Os primeiros produtores de brinquedos na Europa surgiram no século 18 no sul da Alemanha, na zona da Bavária. A cidade de Nürenberg tornou-se o centro da indústria do brinquedo, ligação que perdura pois acolhe ainda hoje a maior feira anual de brinquedos.
A produção de brinquedos em folha começou em 1826 pela firma Hess, seguindo-se a Märklin em 1859 e a Bing em 1865. Uma elevada capacidade de inovação levou ao contínuo melhoramento das reproduções de automóveis, barcos e comboios, introduzindo mecanismos e motores cada vez mais complexos.
Tratando-se de brinquedos, e não objectos para observação, muitos foram danificados ou destruídos pelos seus jovens proprietários. Este período de produção de brinquedos constituiu a “Idade de Ouro do Brinquedo”, e raras peças sobreviveram até aos nossos dias.
No período entre as duas guerras mundiais surgem novos fabricantes de brinquedos, tais como a Jouets de Paris e a Citroen em França e a Hornby e a Triang no Reino Unido. O surgimento de novos materiais e o desenvolvimento de conhecimentos técnicos permitiu o surgimento de excelentes reproduções de automóveis, aviões, barcos e comboios.
O principal desenvolvimento deu-se com a introdução da fundição de uma liga metálica (o Zamac) na produção de brinquedos, em particular na reprodução de veículos automóveis. A Tootsietoys foi pioneira nesta técnica, mas as miniaturas assim produzidas pela Meccano e comercializadas com o nome “Dinky Toys” a partir dos anos 30, revolucionam o mercado dos brinquedos.
No início dos anos 50, o Japão torna-se o maior fabricante de brinquedos em chapa, obtendo um grande sucesso ao produzir artigos especialmente concebidos para venda no vasto mercado norte-americano, enquanto na Europa se introduzem os plásticos nas miniaturas – que permitem a reprodução dos seus interiores, janelas e acessórios exteriores – e as peças móveis – como as portas e os capots que abrem.
Afirmam-se neste período marcas como a Lesney e a Mettoy em Inglaterra – que comercializa as suas miniaturas com o nome “Corgy Toys” – a Solido em França, a Tekno na Dinamarca e a Mercury e a Politoys em Itália; em Portugal surge em 1966 a Metosul.
O desenvolvimento da industria dos plásticos origina o apuramento de uma nova classe de brinquedos, os kits totalmente em plástico que, de muito rudimentares tais como os primeiros Frog Penguin, Aurora ou Lindberg, passam a permitir uma fiel reprodução de automóveis, aviões e barcos, cabendo aos modelistas mostrar a sua “arte” construindo e pintando as miniaturas. Mas as empresas europeias, como as inglesas Airfix e a Matchbox e a francesa Heller, rapidamente sucumbem às japonesas Tamiya, Hasegawa e Fujimi.
Nos anos 70, surgem diversos fabricantes artesanais – a John Day e a Auto Replicas em Inglaterra, a FDS em Itália e a Modelos 3J em Portugal, entre outros – que ocupam um importante nicho de mercado, ao produzirem kits em resina ou metal branco de automóveis não abordados pelos grandes fabricantes.
Iniciaram-se por essa altura as primeiras produções de miniaturas em países asiáticos, prenunciando a realidade que hoje vivemos: também o mercado das miniaturas e brinquedos está sujeita às leis do mercado – e assistimos desde então ao encerramento da maior parte dos fabricantes aqui referidos e à transferência da produção deste tipo de brinquedos para os países asiáticos.